Quantas vezes não fui olhada de lado por ter aquela minissaia? Quantas vezes não se riram de mim por calçar aquelas botas de salto alto? Quantas vezes não gozaram comigo por causa do meu peso, do meu cabelo etc.
Quantas vezes, há uns anos atrás, não chegava a casa a chorar pensando que eles tinham razão: que devia mudar, que não devia usar saias, botas de salto alto, que devia emagrecer, que devia mudar o meu cabelo, quantas vezes eu pensei que teria que ser perfeita, caso contrário não deveria viver? Quantas vezes não cheguei a tirar aquele chapéu, aquele gorro, aquele lenço por não querer ver mais dedos a apontar para mim.
Olhava tantas vezes para aquelas ‘’raparigas padrão’’ e pensava: ‘’mas porque é não nasci como ela: magra, alta, esbelta...’’
Mas um dia pensei que estava a fazer tudo errado. Eu não podia dizer que era eu. Eu era o que as pessoas queriam ver em mim. Então ergui a minha cabeça com os poucos pedaços de força que encontrava caídos no chão e mostrei a toda a gente que eu nasci assim, que cada um tem a liberdade de ser quem é. Claro, que mesmo assim sempre fui ouvindo risos, gozos… não vou dizer que não me magoavam porque não estaria a ser sincera e a verdade é que por vezes ainda me magoam, mas a única diferença é que agora eu não irei mudar a não ser por mim. Quero ser sincera a mim, não quero ser mais moldada, deixar de poder escolher aquilo que mais gosto pelos outros. Não pode ser assim! Se não formos fiéis a nós próprios, nós nunca podemos ser nós. Não podemos viver com a atenção de não usarmos aquilo que mais gostamos só porque os outros irão nos apontar o dedo. Se mudares algum dia por uma só pessoa que seja, tu vais começar a mudar por outras pessoas também e chegarás a um dia que tu já não serás tu.
lindooo ^^
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