sábado, 17 de dezembro de 2011

M > Maldite chanceux, voilá!


Já é o terceiro cigarro que eu pego nesta noite. Não costumo fumar, a não ser nestas situações! No silêncio da noite, só este consegue ser o meu melhor amigo, o único que me quer ouvir.
- Simplesmente as outras pessoas não te ouvem porque sempre pões os problemas delas em primeiro lugar e acabas por deixar de contar os teus. – Apressa-se a dizer aquela maldita voz no meu pensamento a quem toda a gente chama de consciencia. Por vezes penso que tenho mesmo aquelas miniaturas de nós em versão de ‘’anjo’’ e ‘’diabo’’ tal como descrevem nas séries, por outras, penso que sou uma louca por estar a falar na prática comigo propria.
- Tal facto acontece porque por vezes necessito de fazer os problemas das outras pessoas os meus próprios problemas para esquecer tudo o que me deixa mal. – Respondo para mim com esperanças que ela me oiça.
- Então não te queixes de te sentires sozinha se queres guardar os teus sentimentos só para ti. Responde-me.
Dou mais uma passa no cigarro enquanto olho pela janela as estrelas e mudo a música do meu mp3 para uma outra que servirá melhor para o ambiente que se sente. Respiro fundo e tento simplesmente saborear aquele momento: Eu, as estrelas, a música, o cigarro e a intrusa da minha consciência para acabar com aquele ambiente harmonioso que durou por pouco tempo.
- Que estavas á espera? Que tudo fosse diferente? Nada irá ser diferente, nunca! Sempre irás cair com ou sem razão aparente. Sempre serás subjugada e espezinhada pelas pessoas que menos querem fazer isso a ti. E sabes porque tal acontece? Porque tu o deixas! Não consegues sequer levantar a tua opinião para esta se tornar talvez em razão. Deixa de ser idiota e trata as pessoas tal como elas te tratam a ti. Que vale seres meiga para um outro alguém que não o sabe ser? Não tenhas medo de dizer o que sentes, de gritar toda essa raiva, de simplesmente chorar quando essa for a tua vontade. Tudo vale para demonstrares os teus sentimentos, só não podes ficar a ver os episódios passarem mais uma vez por ti e tu assentires com aquilo que tu sabes que não é a verdade. Queres ser compreendida? Então faz para o ser, mas acredita que com essas tuas atitudes, a única que ficará a sofrer serás tu.
- Tens razão, muita razão! – Digo enquanto acendo mais um cigarro, o último daquela noite (pelo menos assim o espero). – Eu irei mudar! Irei fazer ver que nem sempre as outras pessoas são os donos da razão e que talvez eu também tenha alguma no meio disto tudo. Eu própria contribuo para a minha fraca auto-estima por causa de coisas como estas! Eu tenho medo de falar de mais e perder, mas quantas vezes os outros já não falaram em demasiado e não é por isso que eu os faço para perdê-los? Penso que está na alturas da pessoas verem também o meu lado. É! Desta vez irei ser diferente e vou começar já… nas minhas melhores ilusões, claro (e como sempre)!


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