sábado, 21 de janeiro de 2012

Carta


Querido Juan Pablo
Mando-te esta carta depois de ter dito que não o faria para te admitir que tenho saudades tuas! Sim, leste bem e não precisas de voltar atrás para o reler de novo. Eu tenho saudades tuas e não conseguia passar nem mais um dia sem saber de ti. Quero saber onde estás, como estás e porque aí estás. Não, não necessito que me perguntes coisas sobre mim fingindo te importares, sei que nunca o fazes com o motivo de preocupação, assim como também sei que nunca te importaste comigo. Se perguntares algo sobre mim eu irei criar falsas expectativas dentro de mim mesmo sabendo que a cada pergunta há um riso de ironia teu. Sabes que mais? Nem se quer precisas de responder ás minhas perguntas pois nem eu já sei ao certo se me importo contigo ou não a ponto de te perguntar tais coisas. O único que queria pedir era um retrato teu. Não me importa se é velho ou novo, se nele também está a tua mulher ou ex-mulher, amante ou ex-amante, não me interessa! O único que quero é poder olhar para o teu rosto só mais um vez para confirmar se é realmente igual ao que a minha mente se recorda e para me aperceber enquanto tomo o meu quinto Tequilla que aquilo que eu tive não irei ter mais. Sei que esperavas que eu fosse como as outras. Sei que esperavas ir embora e que me esquecesse de ti automaticamente, mas infelizmente eu não sou assim. Não sei como elas fazem para esquecer cada palavra de amor que lhes dizes no calor do momento. Sinceramente daria tudo neste momento para saber como se faz.
Ouvi dizer por aí que trocaste de mulher por outra com mais funções. O que ela faz de melhor que as outras? O que ela faz de melhor do que eu? Também a trocaste por pena como dizes ao beijar as outras? Devias ser abençoado por uma santa que eu cá sei que também deve ter sido tão santa como tu. Pena que não tenha sido no céu. (Desculpa, sei que não estavas a espera de uma resposta como esta, mas desta vez decidi ser também a má da historia e passar a ficar desse lado para ver se também consigo ver as coisas pela tua perspectiva, olha que até nem é nada má, pelo menos é essa a impressão que tenho até agora!).
E é só isto que te queria e não queria dizer! Penso que escrevi palavras a mais para quem não merece nem uma. É a minha mania de ser generosa com quem não merece. Juro que um dia isso também irá mudar. Mais uma vez repito: Não quero que me escrevas, simplesmente que me envies o retrato que te pedi. Olha, sabes que mais? Esquece, talvez até seja melhor ignorares que te mandei tal carta! Lê, rasga e esquece-te dela, até eu começo a ter vergonha por ainda querer saber de ti. Cumprimentos para ti, para a tua rica esposa (ou esposa rica, quem sabe!), para os teus possíveis filhos, para as tuas amantes e para todas aquelas com quem tu dormes às sextas á noite do bordel. Esquece-te de mim, faz por ti e por mim, já que eu não sou capaz de o fazer.
Com muito pouco amor e muita mágoa
Julia


Sem comentários:

Enviar um comentário